Já ouviu falar em equipe multidisciplinar? É uma equipe composta por diversos profissionais de diferentes formações para assistir o paciente como um todo.
O campo interdisciplinar de reabilitação regenerativa:
No mundo da medicina regenerativa, tem-se falado cada vez mais da criação de um campo interdisciplinar de reabilitação regenerativa.
Esse termo foi definido pelos próprios investigadores dos campos da medicina regenerativa e da reabilitação como a “aplicação de reabilitação juntamente com a terapêutica da medicina regenerativa com seus protocolos e o principal objetivo é otimizar a recuperação funcional por meio da regeneração, remodelação ou reparo de tecidos”.
Medicina de Reabilitação x Regenerativa
A medicina da reabilitação segue abordagens baseadas em evidências que são projetadas para aproveitar a capacidade de regeneração do tecido inato e otimizar a recuperação da função do local após uma lesão ou até mesmo no contexto de doença.
E essas abordagens envolvem várias técnicas, como a aplicação de estímulos mecânicos, elétricos e térmicos para estimular a função das próprias células do paciente e com isso, otimizar o microambiente local de uma forma que seja propícia ao funcionamento celular.
Já quando falamos da medicina regenerativa, sabemos que ela é baseada em princípios da biologia celular e de tecidos. Seu objetivo é que esses princípios apoiem a restauração da estrutura e a função dos tecidos.
Embora esses dois campos tenham evoluído ao longo do tempo de forma paralela, os estudos atuais revelam que o aproveitamento de conhecimento e técnicas em ambas as áreas tem o potencial incrível de melhorar significativamente os resultados obtidos pelo paciente.
E é aqui que surge a reabilitação regenerativa, uma terapia que é super estimulante, já que traz consigo toda uma inovação conceitual e também tem um potencial enorme de melhorar significativamente a eficácia da terapêutica da medicina regenerativa.
Muitos avanços por aqui! E não só nessa área. Um exemplo: a associação entre os os avanços biológicos e de bioengenharia são essenciais para o desenvolvimento de novas e impactantes terapias translacionais.
Mas ainda há um longo caminho a ser traçado:
Atualmente são poucas as oportunidades para que os cientistas conheçam as metodologias que normalmente são usadas nas clínicas por profissionais de reabilitação. Por outro lado, a maioria dos cientistas e médicos de reabilitação não conhecem profundamente os avanços da medicina regenerativa.
E com as duas áreas tão desconexas, o ritmo do progresso no campo científico está bem devagar.
A combinação na prática:
Quando falamos de reabilitação, os profissionais devem ter conhecimento dos conceitos de fisioterapia, da medicina convencional e regenerativa. Nós sabemos que o indivíduo é mais do que sua condição ou doença e a sua avaliação como um todo, um ser multidimensional, é essencial, pois é essa análise que busca restaurar a função através da regeneração e do reparo.
Diante de cada desafio encontrado com o paciente, uma decisão clínica deve ser tomada e analisada. Por exemplo, uma possível dor pós procedimento cirúrgico deve ser esperada e, caso exista, controlada com vários recursos e medicações.
Já no caso de presença de edema, por exemplo, ele pode retardar uma mobilização que deveria ser feita mais precocemente. E independente das “surpresas” que surjam no caminho, a equipe médica deve sempre estar pronta para devolver e melhorar a função local, com o objetivo de ganhar força e movimento, o que é conhecido como cinesioterapia.
Concluindo:
Nesses casos, as duas áreas têm muito o que acrescentar. Dos vários recursos, alguns como a fotobiomodulação, que é a terapia que usa lasers e leds, as ondas de choque, magnetismo, a diatermia, que estimula a produção de calor pelos tecidos, a crioterapia, que é a aplicação de frio no local e muitas outras abordagens tem como objetivo estimular a função celular e a melhoria de qualidade de vida do paciente.
Por isso, essa é mais uma das vezes que eu falo pra vocês: fiquem atentos! Essa duplinha ainda dará muito o que falar.