Nós já falamos muitas vezes por aqui que o número de estudos sobre medicina regenerativa cresce cada vez mais.
Somado a isso, temos os avanços tecnológicos da engenharia médica que potencializam os produtos regenerativos que já são altamente utilizados.
Um desses produtos será o foco da nossa conversa de hoje: o aspirado de medula óssea (BMA, do inglês bone marrow aspirate), que consiste nas propriedades regenerativas de células e biomoléculas da medula óssea.
O grande potencial do BMA é a reparação de tecidos musculoesqueléticos, como o tecido ósseo em casos de não união de fraturas e a cartilagem em casos de doenças como a osteoartrite.
Entenda como o BMA é obtido.
Por ser um produto da medula óssea, a obtenção do BMA passa por procedimentos biológicos realizados em pacientes. Funciona assim:
Primeiramente, é injetado um coágulo no paciente, que libera moléculas com o papel de ativar as células reparadoras, que são nosso foco.
Ao ser injetado, o coágulo sofre a ação de enzimas para ser degradado, um processo que também induz a ativação de mais células reparadoras. Tudo isso se chama fibrinólise.
A combinação poderosa.
É muito comum que vejamos o uso do MBA associado a outra substância bem conhecida: o ácido hialurônico.
Por conta de suas propriedades anti inflamatórias, sua função de promover a viscoelasticidade e sua estrutura tridimensional, forma-se uma matriz de BMA, o que faz com que as células e as biomoléculas do BMA se “ancorem” na estrutura do ácido hialurônico. O resultado: moléculas sendo liberadas de forma fisiológica, ou seja, mais devagar e com a necessidade de reparação.
Outras parcerias benéficas:
Apesar de ser o principal, alguns outros produtos além do ácido hialurónico são utilizados para se criar uma matriz de MBA, como o plasma gel.
Esse, por sua vez, é obtido através do aquecimento da porção acelular da medula óssea (ou até mesmo do sangue periférico, no caso do Plasma Rico em Plaquetas, um outro tipo de produto regenerativo).
Nesse caso, o aumento da temperatura faz com que as proteínas plasmáticas se desnaturem, formando uma teia em que as células e biocélulas do MBA ficam ancoradas.
Os resultados promissores
Independentemente da substância combinada com a matriz do MBA, essa abordagem é extremamente indicada para potencializar os mecanismos de reparo tecidual, modulando a inflamação e atuando como um arcabouço biológico natural, bem como um reservatório de moléculas e fatores de crescimento essenciais para a atividade celular.
Vale lembrar que apesar de resultados de estudos extremamente promissores, essa abordagem ainda necessita de mais estudos clínicos para esclarecer melhor a eficácia dessa estratégia.