Começando pelo começo: o que é senescência?
Apesar do termo ser um pouco assustador, a senescência é o nome dado a um processo bem comum do nosso organismo: o envelhecimento celular. Ele altera a função das células, a secreção de proteínas e também fatores que modificam processos vitais do nosso organismo, sendo um deles a secreção de citocinas pró-inflamatórias. Isso causa uma inflamação crônica que tem relação com a maior parte das doenças relacionadas ao avanço da idade.
Como a senescência impacta no nosso organismo?
Estudos feitos tanto em seres vivos quanto em laboratório apontam alterações nas células tronco mesenquimais, tais como: potencial de diferencial prejudicado, alteração na atividade reguladora do sistema imune, redução da capacidade migratória das células e aumento da função promotora de tumores. Isso tudo compromete tanto as funções quanto o uso das células tronco em pesquisas clínicas.
O envelhecimento e o sistema imune:
O envelhecimento também provoca alterações no sistema imunológico, o que chamamos de imunossenescência.
As principais características desse processo são: alterações nas subpopulações de linfócitos, acúmulos de células T senescentes (envelhecidas), encurtamento das extremidades do DNA, chamadas de telômeros, e resistência à morte celular, além da perda do equilíbrio das proteínas, alteração nos processos de autofagia – a digestão de componentes celulares, disfunção da mitocôndria e por fim, a exaustão das células tronco.
Ou seja, é claro que o envelhecimento tem grande impacto no nosso organismo. Mas uma vez que entendemos isso, surge uma outra pergunta: há algo que pode ser feito para interferir positivamente nesse processo?
Estudos recentes sugerem que o metabolismo e a prática de atividade física estão positivamente associados à idade. Veja bem: a diminuição da sinalização de nutrientes pode aumentar a vida útil celular, a prática de atividade física interfere na sinalização anabólica, que é o que acelera a idade, e a manipulação farmacológica do metabolismo pode aumentar a vida útil do organismo. Por isso, devemos nos atentar a alimentação e a prática de exercícios.
É possível reverter os efeitos da idade?
Em relação às estratégias para reverter os efeitos da idade, estudos mostram a regulação do metabolismo a partir da restrição calórica ou jejum intermitente – que auxilia indiretamente na modulação da disfunção mitocondrial – podem ser efetivas. A regulação do metabolismo de espécies reativas de oxigênio pode ser diminuída com o uso da vitamina C.
E no que diz respeito às intervenções farmacológicas, temos o uso de medicamentos como a metformina e resveratrol, que modulam os “sensores do metabolismo”, e da rapamicina e senolíticos, que eliminam as células senescentes.
Concluindo:
As alterações que ocorrem com o avançar da idade são bem relevantes para o organismo e elas podem diminuir o sucesso de uma terapia regenerativa autóloga – a qual o doador e o receptor são a mesma pessoa – para pacientes mais idosos.
Por isso, o conhecimento de estratégias para reverter a senescência celular é muito importante, já que é possível melhorar o nosso organismo e com isso, oferecer terapias regenerativas com possibilidade de maior sucesso clínico para pacientes idosos.